
a translúcida água:
solfejo de verão.
i
da imagem, do anúncio,
às fontes, livro sobre a mão
de hamlet, sela o templo
sibilino da voz calada.
destruindo-se à imagem,
a palavra advém
sem plenitude, dês
realizada em loucura,
pranto às ânimas frente
à tumba patrocléia.
falas, falsa imagem
à margem flagrante,
os passos da falta,
gema imóvel, casca
despida. soam os
desertos dos peitos,
so(m)branceiro, o peplo
construído de folhas.
ii
à pedra grava, à lei,
de palavras não cantadas,
inscreve com fogo, à
horda primeva, o talento
à face se doa. corda à
boca ata-se, enquanto o
ar cala, vazio corpo. calam-se
ao mármore – luta frente
ao uno, impositivo um.
anjo a som e bosque
toldam moldados espectros,
cristais, anos e faltas:
nula parte o wort,
du wort, paralizada
das mir fehlt! ao oco,
martelado, perché non
parli?, em ícone calado
de si, a si regressando.
a meio passo da palavra
dor ventre pálida essência
em um caminho só névoa
consomem-se suspiros
sonho ante sonho câmara
v a z i a
solfejo ao tempo nu
sendo medo entre os corpos
mortos postados de silêncio
ainda as palavras tecem
alquebradas de naquim
aos olhos fervilhando
crepúsculo inpensado
ao olho perfaz o odor
m a ç ã
falta a imagem que sem
nadeia a coisa oca
glenn, vislumbre do nome, em
trinco de ponto e contraponto,
júbilo – glee – de teclas, ouro e
dados – lançados – sob a cabaça
sonora de chamar-te, ao piano,
com delicadeza claridade de
enormes dedos inflamados.
espera-se da fuga, em fuga sob
as tormentas, uma gradual percepção –
serena e cálida – de celeridade.
cantas ainda, em silêncio, o ar
eleito do instante em que se
escrevem as letras ainda não
presentes, ainda só ausência.
o que se lê aos burgos
metaformoseia-se,
píramo tornado amora
tisbe suplicante em sombra.
cala o às vezes,
noturnos