quarta-feira, outubro 20, 2010

διθύραμβος

sehr auf Nietzsche zu schließen



abeto: eleges a cauda e freme,
em límpida tez – aurora. à seta,
cresce – pária e pafos, exortando –
o fogo e o véu da vigília: voz, ouvida
e calada, ao som uno, de só uma presa.

sulco: leve pesar de fera mi priegha,
de voo e lenta nuvem. carmim, o pêssego
da água, de longa jornada e campo –
estriando-se do cristal, pilhado –
luz e cimo caem ao respiro, extremo.

videira: irrompe a queda, lançada de
flor, pela palavra que funda; ordem
despida, dentro e para si. o ar nunca
deixado, vítrio-gris aloja-se sob o báculo
núncio da sílaba – dia pardo, flama.

sede: à boca, o caule dado aos pés de
casco – bode e músculos – só lábios
brotando à festa. porta-fogos, cada
qual à casa, ritmo e tela, a donzela
decai sobre o bosque; tumba-grota.

mar: espessa palavra, forma e ribeira,
imprecisas um só flanco, levado à mão,
contra tez, compassada, a fronte.
murcho coral de sal – armas à cidade –
massa galátea, pressa e tempo: letra. 
                         

terça-feira, outubro 12, 2010

fantasmagoria e língua

tout auprès de Sade
  

de onde, em minha língua tardia,
estive às vésperas? um só fundo
religa obscuro beiral, lânguidos –
e livre, o sutil acordo de querer-se

pedra e parte, faca e sêmen – às
vísceras legíveis, encalacradas,
de outra figura, de pálida, a turba
fixa e afunda, um só passo: disfarce.
 
erro convulso e pulso, noites preclaras
são poços, estrelas lançadas em letra
e véu, em um e outro limítrofe úmido:
esquálido, o chão retumba – voz, rouco.
  
torres ainda eco: sus-supra, um só
castiço – à garça deixada, a flor o baço.
convulsa lenta e ainda arquia – move-se
de linho em linha, o sangue a frio.
  
silente, o limiar corrói lã e lama,
a presença retraça um livro – de
pressa – fulcral e falida inscrição
de mais pedra.