quarta-feira, janeiro 19, 2011

fragmento de safo, traduzido

        
    
Ἔρος δ’ ἐτίναξέ μοι
φρένας, ὠς ἄνεμος κὰτ ὄρος δρύσιν ἐμπέτων

(Σαπφώ)
                     

e eros agitou-me
as vísceras, como vento que à montanha e aos carvalhos deixa-se cair.

(transelenizado por Piero Eyben)


(depois de ouvir o o ensamble melpomen)
                 

sexta-feira, janeiro 07, 2011

membra discerpta

para hölderlin e deleuze

veneno ante véus, à parte
dispões o cão, o faro e óleo,
enquanto, de cada sílaba –
lançada aberta e disjecta –
uma só língua se distrai;


dupla luta a sandália de empédocles,
teu corpo entre ódio e horror,
entre tez e cabeça – braços a martelo
laminados de sol e fuligem – laceras,
por isso, o idioma, o umbigo


oblíquo de ti: sob a praça, toda
serpe olvida o terreno, de mim,
perfuras o perfume do lácio, vazio,
calando-se, como se.
     

para olímpia, aniversário

   
entre-sorris o tempo, os sais
de mar e cinza.
entre-calas os cais, os portos
de livro e mais.
entre-dizes o amanhã, os ais
de lugar e futuro.
entre-estás no aqui, neste nenhum
espaço, que é todo.
entre, o instante por vir, do
acontecido, do passado
para ti, na distância, no
incrivelmente perto.
entre-és assim, à medida
do amplo, do senso
e do quase.