terça-feira, outubro 14, 2014

a poeta e os gatos

(a partir de bishop, para fabricia)




sob telhados, há
esta mancha
clara e espessa
de teu hálito – a casa
povoada – sem águas,
o todo pó, o muro
que não cessa de
estalar, rachar.

o pássaro não canta
hoje – feito força – enquanto
tu agora estás em pleno
ar: noite e cal, os pelos
que já não resistem
em mim nos gatos.

expões um gesto
tenso arco de sol
ali, onde teu sorriso,
raro, cada vez mais
raro, faz verso, uma
linha que míngua
meu olhar deste salto

que apenas observo
e que tu, quando estás,
ofuscas de voz e
lábio, de um saber
que se estende sob
o inaudito passo felino.