quinta-feira, abril 28, 2011

canto de consolo e retorno

para a fabricia, que está longe, e perto


véu e voz, a tua –
brisa e falha – em
contorno; fazes a
fonte, o retorno
em que me habitas.

asas, canto gris, teu
rosto, retorno e re
talho – só, às mãos
tuas lançadas – terno
de estar-se, vindo-te:

a só boca estanque,
aguardando, ao
que devo guardar.
dia e consolas, fuso
deslocado, ante a

mim, o só presente,
em teu esboço, caderno
e mármore, de ramo frágil
e língua cega, antes
de tua única madrugada.
              

terça-feira, abril 26, 2011

na zunái

revista ZUNÁI
publicou uma coletânea de poemas meus...

quem, por aqui, por lá...

http://www.revistazunai.com/poemas/piero_eyben.htm



e, para além, umas traduções de paul celan, auch:

http://www.revistazunai.com/traducoes/paul_celan1.htm

              

terça-feira, abril 12, 2011

argos

       
em teus olhos, vacilas
opaca morada e demora –
assim vais, desvaneces; em
plumas – pavos – de espáduas,
arestas, teu corpo, de óleos.

contas a feição e uma só parte,
parente e atos – manivelas sob
io, aguilhão de tiranos, mais
acima – através, num só foco,
do corpo sem órgãos.

ainda, uma pele – lançando-se –
dilacera o membro premente;
fraturas, a ti mesma, o ânimo – do destino.
              



 in scriptum
Ἄργος Πανόπτης