quinta-feira, dezembro 05, 2013

nênia para nelson mandela




compareces em mesmo
testamento, testemundo –
esse da justiça, um só
terço –

teu olhar de dom a tom
escolhe, enquanto dizes,
diante da lei, o respeito
brando, sempre negro.

o mundo, de repente,
esgarçado, como tudo,
espera como que a
raiz calma, e nutres
de si, preso liberto, a
imagem do outro,
perpétua
               mente ali, por vir.

segunda-feira, dezembro 02, 2013

nênia para jeová




“desconfiam e aqui eu saúdo / sob a toalha as tenras carnes / como brinde à dor insaciável / com o encorpado vinho rubro” 
(jeová franklin, “abnia/ainda”)




vai, amigo –
desse é o tempo que
te corre, ainda, como
a cor e o cor de teu dia,
sorriso que sopra
o cortante, o exato.

vai, amigo –
entre a tinta que, derramada,
deslancha sobre a
madeira de imagem,
o todo fantástico de
um só suor, teu
brinde sempre
erguido, à festa
e ao pó.

vai, amigo –
sem adeus, sempre
mais, bem mais,
na dor que permanece
em cal, em letra –
a tua dura face
de pedra –
vai, amigo –