segunda-feira, maio 31, 2010

quinta-feira, maio 13, 2010

para hilda, por ontem

     
plena a fala, apenas.
dura pena de sentir-se,
alvejado.

assim, o suspiro de
teu hálito - tudo o que é
ainda, sendo mãe -

dragando o obscuro,
nó e contra nó, lanço-me:
concede-me agora,


mais além do ninho,
o poder estar, não estando,
para fora, no já era.

apenas uma forma do
cínico poder, já por ti
devastado; em denúncia.

nada espero, à beira
da imagem - ainda há meta,
para fora, para além

sendo este, sem o olho,
o sentido que ainda me
impele, continuar, pertencer.

permaneço, ao lado,
força e tempo, pétala:
à luz doada, apenas

um arabesco. enquanto,
de pedra, a escrita se
perfaz - não mais aguardo

ascender, apenas aceso,
o outro agora já me é
claro. e tu, intacta, feroz:
VOCIFERA.
        

danos e divisas; cerrado

atravessa o dia, enquanto insistes,
à beira da sombra, dos ditos e
olhares – jugos e mulas – in-contestes;
assim, o fim de tal e tela: estanques.

buscam, zunindo em poças, o não
de ouvir apenas cisnes, de forma:
carcaça deixada, contra tudo o que
almeja ser, do dado um nada.

ouso farpas, mesmo quando o
do tempo concede-me um só lado –
de fossas e cinismos: e tudo é como
se. grandes sorrisos alegres, consolo.

arpejos escritos, ainda uma via
melancólica, amara. toda uma gente,
a julgar e mentir, como se outras,
acima do voo e da ave: infecundo

telegrama, teleférico, télos.

ainda o resto é possível?
plena fala, em que o lugar, de sem,
colhe o mar de um só haver,
apenas reino falso, fama e folhas,
tremulando, térmitas.
  

terça-feira, maio 11, 2010

para o aniversário, um acróstico

para fabricia

foz, ruído surdo, aos pássaros inertes
ainda da manhã, enquanto dormes,
bulício fosco, morno, calmo – rasgando –
rompe o silêncio de um só dia, esse
início: rastro-palavra, deixada, aflita.
carcomem tez e mais dias, mas permanece,
intacta de sonos, reclinada, tu, morada,
andas em um só peito, vestígio mudo.


névoas, graça e véu, de fios
ouvidos: marfim da pena, sob pluma,
voz, tenso-repouso, o sob
olfato, hulhas e fim:


agora, como que de flores,
núncios, o tempo as embaça
no espelho, só olho que retorna,
outro de mar, à lua dada.


dizes, em vinho e tempo,
ontem, o saber de pedra,
mesmo arabesco, os lábios,
inócuos de ar, molho de rumor,
nada, do que advém ao sopro,
ilharga rubra, o sempre está, de hoje.