quarta-feira, julho 07, 2010

rembrandtiana: de nachtwacht

   


palmas e lampejo – de escuro e
escara, a dor de nunca – entre
forja e fosco, rosto a nuca: vês,
ainda há dor – o cão ladra, voo –
mais abaixo, zune o anão, em
elmo e máscara, escarro – é
manhã, guardada, de um só,
portando as armas.

ponta a ponta, um rio desce de
cor-negrume, o rumo cisco de
veste e presente – um dom –
deixado ao som, tumba e tambor,
nas hordas da tinta: todo um ân-
gulo convertido, centro e manhã,
véspera, de um só, que mira teus
olhos, tumulto de flâmula, fixamente.

aguardas, no entanto, o lume
atingido e temes a palavra,
tátil do eco do sino – anunciando –
que, antecipa, a supra estrela,
ημέρας ao encontro de traços –
teu silêncio – nas asas submersas
no obscuro de alvor-amarelo:
os rostos, cada um, lanternas.
           

domingo, julho 04, 2010

αντιγράφω

             
à voz, deito-te esperando
o contrário, vexa:
abrigo e tez – entre cor
e pomos, refutados.

a mor e fuste do dizer,
vir às metades – entornas –
de um só riso, luz
que morre, um cálice

a mais. absortos, os
óleos esboçam lamento
e cama: habitar essa casa,
entre fogo e imersão:

ar – escreves a medida –
ergue o peito e prepara-o
ao desterro a mim, contra-
rio – um só fio envolto.

minha voz, à direita,
retém o deserto sobre
ti. canso, à amanhã das
encostas: álacre sufoco.