terça-feira, dezembro 11, 2012

aos mais trezes anos – espero, esperas



treze anos juntos, hoje
a fabricia, sempre




iluminas o voo de teu
voo – paragem muda,
esses anos, década e
trazes – em som e nau,
mergulhas esquecediça
em que regresso, e és
passo, ainda aceso –
o nome que me dás,
de coisa e coisas, voz-
e-ais:

tua brisa lazúli, tez
do ocre ao nácar, do
alhurolhar em rosto
indo-se, a mim – pois
iluminas o tom e o toque
do meu corpo, em
tua linha docècalma
de lume e línguas, ávido
que vem rouco de
tua nudez – da palavra
que dizes, em mim,
esta oferta a pelo

(limiar – a ponta de
pé – teu canto de flor
trêmula s, tu silencias
como se formam os
pomares de meus
espantos),

um só, e mesmo, o
gesto teu – seda de
grandes pátios e
anos já e porvir –
o nome que despertas
a ti, nossa
morada.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

nênia para oscar niemeyer



"horizonte lunar de brasília. branco e vermelho. jamais a esquecerei."

max bense

 


de tua mão. escapas de
um todo céu de não em
que me iludes de heras
e terra – o mar de more –

esvaem-te a palavra, a nu,
peso flutuando no espelho –

planura e lanugem, teu
branco encardindo o pó
de que nasci – risco arrisco
a hipérbole cruel dos mais

anos – em um só voo,
esse que é pesar, diante de
ocaso – subplana a noite
em sem gota alguma –

gesto estático, tua sílaba
de só praça, de só cômodo –
concreto – em calor nost-
álgico do por vir.

domingo, dezembro 02, 2012

nênia para décio pignatari



 “quieto o mais vermelho do viver”





vais e resta teu tecido,
tua tez
de palavra. céu habitável,
esse seu,
soluçante de vida.
a ponta de ter-de,
muro e murro,
de outro tempo.

cultivas essa estela,
vértebras deslínguas, mesma
falange do nu – teu
vago movimento – além de
chuva, que se quer, ainda,
p e r d u r a r.

tua retina de letra a
letra um
som – vazas o silêncio,
sorves –,
naus de pedras a vida –
que bocas e falas – vive
dos bolsões do tempo
mais acima, mais de
código às
h a r p a s

kalipena
kalipoena
teu verso fêmea apalpa
a teia, a lona, o vasto
kalipoietes
faz casa dedilhando
as cores todas –
kalipouso
de meu 
s i l e n t e