sexta-feira, julho 08, 2011

limite

pela salitrada refração dos muitos sóis;
 – arqueja a ilha.

                                                                                                                                                                      mário peixoto



corpo rente, no próprio
da palavra –

esperas, à cava verde
ondeando, monturo
falhando, um

só pulso, de assim,
erguer-te – como se
o prisma de teus
aterros soprasse sono

e calas, temperança, o
olho que goteja pássaro
e torre, pasto de
hora e gleba – lua luta,
nova –, só passos:

aspiras o gesto – tuas
ilhas – de casa e cal, a
que foges, desperta.
um só ponteiro, gorjeio,
refém de afãs, esta,
mnemonau.
                   

quarta-feira, julho 06, 2011

novo ensaio

meus caros,

segue o link de acesso do meu mais novo ensaio.
aliás, o tenho como um de meus prediletos...
sobre a questão do nome em joyce e freud.

divirtam-se.

http://www.anpoll.org.br/revista/index.php/rev/article/view/193/205

sábado, julho 02, 2011

escrever, mild und leise

no escarcéu-reboante
do mar gozoso,
no úndeo-perfúmeo,
no eco-ecoante,
no mundo-alentos
do todo-arfante
embeber-me,
fundo-abismar-me,
incônscia numa
suma volúpia!
  
                                                                                                                                                                    richard wagner
(transcriado por haroldo de campos)
  
 

à hora deixada de luz,
sob a mesa, papéis e névoa,
o tecido manso ricocheteia
de coitos e gracejo – só foz
inaudita, 

avançando o longo, fogo –
à fala, às mais de sussurro,
o fumo. estranha, pluma
lançada – eis, e eu – um só
riso de ouvir, palavra: 

dedos, metal de máscara,
grãos de rastro, sobrevêm
míopes e finos. e tu, roseta,
calcas o senso, o mocho de
dentro e fora, a nu –

de um sol, trepidando,
fora, em hastes – doce o
cálculo, circular, ínfimas
almáfegas as letras – o só
trino.

a luz, breve bafo à
voragem, pleno-
dito, pensar o verso
e a letra – branco –,
leite guardado.
       

sexta-feira, julho 01, 2011

canto / ato

i

paço e forro – colorem-te
terras, vau de último retorno.
ao miasma, conduz-me palavra
de sorte e parte, ante
o curtume, de sílaba. 

ii

fogo e litígios ao ponto conforme –
nome demora, pelugem sob
enxame, ao que confias, teus
atos, sob letra e fagulha,
despindo-se, de som.

iii

um só lamento, sombra e deicídio –
ao passo do justo – juízo deixado –
fuças o início, entrelaçado traço,
ao que cais, entre escudo e morada,
de mesmo, em verso.

iv

língua álacre: o pesadelo –
feres o rochedo, pária,
lavrando-te em figura, coses,
lacerando a porta, o fecho,
avanças sobre a cinza.

v

cavilhas a folha, o feno,
enquanto há repouso –
da mão, fase a foz,
lume de servos, o nome –
reviras o alarde, rangendo.