sábado, julho 02, 2011

escrever, mild und leise

no escarcéu-reboante
do mar gozoso,
no úndeo-perfúmeo,
no eco-ecoante,
no mundo-alentos
do todo-arfante
embeber-me,
fundo-abismar-me,
incônscia numa
suma volúpia!
  
                                                                                                                                                                    richard wagner
(transcriado por haroldo de campos)
  
 

à hora deixada de luz,
sob a mesa, papéis e névoa,
o tecido manso ricocheteia
de coitos e gracejo – só foz
inaudita, 

avançando o longo, fogo –
à fala, às mais de sussurro,
o fumo. estranha, pluma
lançada – eis, e eu – um só
riso de ouvir, palavra: 

dedos, metal de máscara,
grãos de rastro, sobrevêm
míopes e finos. e tu, roseta,
calcas o senso, o mocho de
dentro e fora, a nu –

de um sol, trepidando,
fora, em hastes – doce o
cálculo, circular, ínfimas
almáfegas as letras – o só
trino.

a luz, breve bafo à
voragem, pleno-
dito, pensar o verso
e a letra – branco –,
leite guardado.
       

Nenhum comentário: