sexta-feira, janeiro 07, 2011

membra discerpta

para hölderlin e deleuze

veneno ante véus, à parte
dispões o cão, o faro e óleo,
enquanto, de cada sílaba –
lançada aberta e disjecta –
uma só língua se distrai;


dupla luta a sandália de empédocles,
teu corpo entre ódio e horror,
entre tez e cabeça – braços a martelo
laminados de sol e fuligem – laceras,
por isso, o idioma, o umbigo


oblíquo de ti: sob a praça, toda
serpe olvida o terreno, de mim,
perfuras o perfume do lácio, vazio,
calando-se, como se.
     

2 comentários:

Anônimo disse...

da mago empédocles, a purificação.

olimpia disse...

Que coisa bonita, os braços martelados de sol e fuligem...
Professor... saudade!