segunda-feira, abril 27, 2009

da rasura e corpo


corpo saltando as formas de seu jardim
em ombros de casas, de telhas e calhas,
convergem, assim, sem um hálito alheio,
as cores de tâmaras e folhas de erva doce.

compete, no entanto, às vozes de ali
cantar um só canto – esse mesmo amor
e guerra mascarada – aos homens todos
revoltos e nostálgicos, conducentes e febris.

desnuda pois o seu desenho; em que desdenha
os prazeres de estar – lápis-lazúli e cedros –
entre corpos e pérolas, entre jamins de ela
e fortaleza de arcos. a vida toda que poderia,
vida essa que só almeja, à dança de cabelos,
vestimenta de outro, vertendo-se às folhas
delicadas, de olhos, na cor do tempo, na pele
ocre e café. ainda cala, o silêncio talha a pedra.

Nenhum comentário: