sexta-feira, maio 22, 2009

schem ha-meforasch

(relendo gershom scholem)

enquanto calas, o obscuro
cume da falta, teu nome salta
em forma e carne revelada.

nada cantas ao jardim selado,
casa devassada, ruína do sopro
e sinal na areia ao fogo, chamado.

sim, há fora rasos chios, sal a salmo
desvelado, o rosto não há, pronuncias
apenas língua, inaudível lugar dos véus.

despes, com isso, o irmão – shaun –
enquanto escrevinha a queda – quebra –
aos braços da mãe, ao rio lançada.

antes lívida pronúncia, hoje canto
eriçado: shem em κῆδος lacera
a letra, quatro delas, em nome,
c a l h a u s

2 comentários:

olimpia disse...

Acabei de aprender que existe um "Zoar - o livro do esplendor."
Zoar para mim, até então, era gíria de jovem.
Schem ha-meforasch continua sendo um enigma.

piero eyben disse...

o nome revelado-oculto...
mas, para os joycianos, o nome do júbilescritor, filho de ALP e HCE: Shem...
um retrato do nome,
avesso e transverso.