sexta-feira, abril 10, 2009

nostói na telemaquia

“a memória conta realmente – para os indivíduos, as coletividades, as civilizações – só se mantiver junto a marca do passado e o projeto do futuro, se permitir fazer sem esquecer aquilo que se pretendia fazer, tornar-se sem deixar de ser, ser sem deixar de tornar-se.” (italo calvino)

amorfos, os tempos apressam
chamar de hóspede aquele em
que lei e nome se confundem,
permeando-se numa não história.

amorfos, os homens todos garantem
corruptelas de serenas sereias,
silente-morosas, em que tudo negam,
em gris-rochas cavas, macilentas.

proteu retorna à narrativa, voltando
o tempo noutras parragens náuticas
e revela aqui que ainda deve permanecer
intato ao colo – já velho de penélope.

sem ceras e lótus, os companheiros
seguem, sobrevindo os filhos-reis,
os fios de ciclos, mourões espicaçados,
tentando a nostalgia experimentada:

à morte de argos, contínuo ninguém,
no fim todo desejo é perda. e se perde
a todo passado legado, em mais fios
e praias desoladas.

3 comentários:

Lisieux Marie disse...

Saudações caríssimo mestre!
Saudades de suas aulas...
Abraço, Lisieux.

piero eyben disse...

pois é... quanto tempo!
mas ainda poderá assistir em outro nível... quem sabe?

Lisieux Marie disse...

Com certeza, tô me preparando para a prova de transferência do inverno... tomara que dê certo! Nos vemos pelos corredores da vida.
Abraço