sábado, agosto 05, 2006

borges à margem



sentado à cama,
os olhos revelam-se
inauditos de traças.

carcomidos, os olhos
tingem-se de ouro, tigre,
e sentenciam enciclopédias.

sentados estão dois
olhos estáticos que, no

entanto, vêem o quadro.

cama solitária, travesseiro
ao centro, ao lado aquele
outro de si coroado pelo borgo.

122 noites para a primeira,
soletra agora mais um texto
à estrela, mas ainda, de terno,

busca não manchar de água e
sal as páginas da black bible
ou da areia de signos que caem

perfazendo um solstício de leituras.

4 comentários:

Anônimo disse...

O dia deu estonteante: mar brabo, bordas brancas, chuva ambígua.

Repente – fiat lux! – torna brilhante âmbar amarelo.

pra distrair meu olhar da pintura
só o querido

e as poesias do Piero.

piero eyben disse...

faite l'ombre...
em amarelo, qual
folha de livro -
areia cintilante -
no quarteirão de sombras
de Celan.

Anônimo disse...

Mas queria dizer mesmo
é que foi dito em terças
pra Jorge Luís
tudo que penso sobrele.
Desde o primeiro conto.

olimpia

piero eyben disse...

desvia - cinema
mudo - o olhar
das terças aos
berkleys ou arenas
desde o primeiro
momento.