terça-feira, fevereiro 22, 2011

parergon

“da noite preta que me estende os ubres”
joaquim cardozo


esqueces a tarde, freme e frente,
um só amaro pelo –
às costas do mar, a urna deixada,
argos lançando-se ao mar.

doce a úlcera e o corpo, bolor à
casa, aos lenços e ao véu –
tu enches a frota – alto pensar –
enquanto de vinhático.

olhos descem, a tez de noite e
serpes – à vala, lacerada –
florem o tempo – só palpites:
abraças a face na janela da rua.

assim, falar, a fala de ti,
em lábio e carne, em lágrima
e voo. fulgor de falhas, a língua
que cala, um nome, que falta.
            

Nenhum comentário: