“os homens não começam a filosofar senão quando deles se apossa o thaumazein, incomum estranhamento admirativo do mundo e das coisas, reconhecido pela tradição platônico-aristotélica. condicionada afetivamente, e por esse motivo paixão do pensamento, a filosofia será também, na medida em que tenta compreender o irracional, pensamento da paixão.”
benedito nunes
há tempo de crivo e cravo:
o olho do homem, sobre as
barbas do homem. eis o drama,
corrói de dor e falanges a
fala, lóxias e clara, frente
e freme – de a escrita fazer-
se lança e ponta ao dorso
centeia.
à máquina todo pode,
sorrir-se entre a desde
razão de lançar-se, aí
teu ser, teu ensino –
constrange-nos a obscura,
a sã e douta imagem,
angústia e mãos, tecendo
lentas.
eis o papel do tempo,
as marcas devastadas,
de sol a solo, areia e
vento – passagens (o
weg o vago) – da natureza
voltar-se ao repouso, em
ti agora – tu fazes, e flui
em corpo.
e pólemos, calando-se,
dá-se à testemunha da
escrita, de vontade, assim,
pathos.
aquele que ensina pensar, passando-se ao poético.