quarta-feira, setembro 02, 2009

ossos do sudão



vela o susto, ossos
e caça, à matéria
calada de tez e
tintura: solfejam,
ainda, grito e alarde,
ao que dá fuga,
de sul a sul, viragem.

morrem também, crispados
de silêncio, vozes de
crias, como que deixados,
ao abutre, aos vestígios
apenas do sol – dobras
reboam e há o som;
de pena de pássaro.

um sorriso ósseo
espira a carne, líquido
breu, peplos celestes,
e ainda tombam
vestes e damas,
sorrindo, maceradas,
de dentes.

2 comentários:

olimpia disse...

"Vimos então que se tratava da cabeça do Leviatã a sua fronte, tal como a do tigre, era sulcada por listras de verde e púrpura. Em breve vimos a boca e as guelras pendendo sobre a espuma enfurecida, tingindo o negro abismo com raios de sangue, avançando para nós com toda a fúria de uma existência espiritual."
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William Blake (A união do céu e do inferno")

olimpia disse...

Porque a dor de darfur só pode ser obra de um príncipe do inferno.
Ou daquele monstro que se oculta sob as águas e, ao menor descuido, devora um povo inteiro.
... e (de novo)as letrinhas da verificação de palavras..."belio"