segunda-feira, setembro 28, 2009
memorabilia
diz-se, canto de ave:
os rastros solevam
o alfabeto, nas malhas;
mastros içados e matilhas
de rios, coroando;
móveis deixados, à cerca
do passado, bolores;
um intervalo, lúdico,
à morada de aleto;
esquecendo-se, o grafite
é lançado, de dentro;
ainda o silente, murmúrio
de ave, de lento lépido.
para ian
sábado, setembro 26, 2009
maria flor, do padrinho.
(foto de kleber fernandes, o avô-fotógrafo)
passos nesses olhos,
livres de todo choro:
assim, a fronte, de
sua história, ainda.
ao que guardas, o
tecido de borboletas,
a cor de moradas
distantes e amoras.
esperas, esse olhar,
das respostas uma
flor de pérola e botões
de frutas: demora
e habita a torre de caval-
eiros, pórticos de primavera
e açus lumes, ainda que
percebe, sente o porvir.
segunda-feira, setembro 14, 2009
“hung ‘twixt her, and mee”
para fabrícia, para variar.
ostra o caminho, fixado,
de si: convertem as noites
diletas – olivais e rés –
formigando-se, despida
de zelo, pendida.
assim, o tempo, rastro
iniludível de estelas
e mais pedras – convertendo-se
diâmetro a diástole –
ainda o caule cala.
sustêm consigo silvos
de móveis e violetas,
arde a cama, contos
da morada – órganon –
o tempo escoa, pó-areia.
libertas as letras ez-
vaziando-se: irmãs
entre pedra e pedra-ferro
aos seios feros de
hálito, gosto e sal.
de si: convertem as noites
diletas – olivais e rés –
formigando-se, despida
de zelo, pendida.
assim, o tempo, rastro
iniludível de estelas
e mais pedras – convertendo-se
diâmetro a diástole –
ainda o caule cala.
sustêm consigo silvos
de móveis e violetas,
arde a cama, contos
da morada – órganon –
o tempo escoa, pó-areia.
libertas as letras ez-
vaziando-se: irmãs
entre pedra e pedra-ferro
aos seios feros de
hálito, gosto e sal.
sexta-feira, setembro 11, 2009
“a spear of summer grass”
fumo contra a janela
luz deixada e aparecida
formando essas árvores
e ares e fontes
saúdam o orgulho
o sentido saindo de sol
e sons assim os olhos
remanescentes
a língua muda furta-cor
fuligem e folia fragrante
apenas a graça da fuga
deixada à tecla
da haste suspensa
pelo calor e convulsão
ás protegido do verde
contorcem-se em zelo
foices e face
a figura escura deitada
sobre a lâmina
de hálito da partida
infante
corada
luz deixada e aparecida
formando essas árvores
e ares e fontes
saúdam o orgulho
o sentido saindo de sol
e sons assim os olhos
remanescentes
a língua muda furta-cor
fuligem e folia fragrante
apenas a graça da fuga
deixada à tecla
da haste suspensa
pelo calor e convulsão
ás protegido do verde
contorcem-se em zelo
foices e face
a figura escura deitada
sobre a lâmina
de hálito da partida
infante
corada
quinta-feira, setembro 10, 2009
φανερός
estaca assim teus olhos
sob o mar de areia –
colunas de madeixa:
teus olhos defronte, ao
longo do fantasma,
parecem conluios
de lontras e seixos
repartidos e molduras,
de ossos, rastros e envios.
neste carvalho, a noite
brinda, vítrea, e correndo
nos sonhos, da espera,
os sorrisos submergem
ainda como espantos
na curva do tempo:
outonos. o presente
e os tons outorgados
sugerem a visão de ti.
sob o mar de areia –
colunas de madeixa:
teus olhos defronte, ao
longo do fantasma,
parecem conluios
de lontras e seixos
repartidos e molduras,
de ossos, rastros e envios.
neste carvalho, a noite
brinda, vítrea, e correndo
nos sonhos, da espera,
os sorrisos submergem
ainda como espantos
na curva do tempo:
outonos. o presente
e os tons outorgados
sugerem a visão de ti.
quarta-feira, setembro 09, 2009
leviatã (a partir de olímpia)
"assinalo como tendência geral de todos os homens um perpétuo e irrequieto desejo de poder e mais poder, que cessa apenas com a vida"
(thomas hobbes)
(thomas hobbes)
longe, longo, tomam-se
formas do mar e leve
monturos e movências
na camada cáustica do
fundo: jó sustém o diálogo,
e suas cinzas, sinais, soam
desditos, perpetuando.
entre o bronze e o macerado,
a tez se consome em pó
de nuvem e nucas, nuas
viragens e vultos silentes
em podar bestas, poder
errático. irreais os mantos,
areais de censura, cada
espelho, consola-se à
volta consigo, de ossos:
ainda desejo,
abismo.
formas do mar e leve
monturos e movências
na camada cáustica do
fundo: jó sustém o diálogo,
e suas cinzas, sinais, soam
desditos, perpetuando.
entre o bronze e o macerado,
a tez se consome em pó
de nuvem e nucas, nuas
viragens e vultos silentes
em podar bestas, poder
errático. irreais os mantos,
areais de censura, cada
espelho, consola-se à
volta consigo, de ossos:
ainda desejo,
abismo.
quarta-feira, setembro 02, 2009
ossos do sudão
vela o susto, ossos
e caça, à matéria
calada de tez e
tintura: solfejam,
ainda, grito e alarde,
ao que dá fuga,
de sul a sul, viragem.
morrem também, crispados
de silêncio, vozes de
crias, como que deixados,
ao abutre, aos vestígios
apenas do sol – dobras
reboam e há o som;
de pena de pássaro.
um sorriso ósseo
espira a carne, líquido
breu, peplos celestes,
e ainda tombam
vestes e damas,
sorrindo, maceradas,
de dentes.
e caça, à matéria
calada de tez e
tintura: solfejam,
ainda, grito e alarde,
ao que dá fuga,
de sul a sul, viragem.
morrem também, crispados
de silêncio, vozes de
crias, como que deixados,
ao abutre, aos vestígios
apenas do sol – dobras
reboam e há o som;
de pena de pássaro.
um sorriso ósseo
espira a carne, líquido
breu, peplos celestes,
e ainda tombam
vestes e damas,
sorrindo, maceradas,
de dentes.
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