terça-feira, outubro 10, 2006

memória em livros


em holland park, london,
esmorreceu ainda um há
de livro, página e térmita.
em holland park, anos 40,
o labirinto persiste estático
e ainda a oferecer capas sob
a bomba, 2h40m de bomb-
ardeiro sobre a cidade, sem
vestígios do centro, sem
muralhas carcomidas, mas
persistem, queimando uma
aurora, de homens, mínimo
três, bem enchapelados.
caput em vestimenta buscam
um interlúdio daquilo ainda
porvir, de anos em retrocesso.
em holland park, fotografado,
o concerto solitário de machados
ainda decapitam a alma de
senescentes óculos ou ainda
da esperança, em negro, da vinda,
ainda que gozosa, dum estrondo:
pletora, em holland park
um haver de palavra, moldada,
de como quem rouba um
livro, uma palavra, a frase,
limada do que limar, entre vigas,
veios, vedas, tâmisa em feixes
fraturados, neste instante, em
holland park, london, 1940, o
livro não parou, fogo, continua
campanário, s i l e n t e.

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