quinta-feira, abril 22, 2010

brasília





pálpebras, besta cerrada,
cerceando o gris e o alvo –
morada de estanques ad-
vinhas esfumadas – o corpo,


desnudo do traço, acima
abaixo – jornada oblíqua –
de ti, um só vento, ladrilhos:
espalmada, plena em silente.


reluz, do olhar espuma, o
calhau da noite – o audível
de hora a mora – todas as
vigas suspensas, como se


leves: língua de faca, fagulha
fincada de voz, ninguém. a
estrela oca, sob as mãos, de
flor atravessada – isolando


o junco – por palavra e cal.
cimentas a chuva, abrigo
de esboços, tudo em torno,
lágrima e lástima: ar apagado.


verso seco, de ipê e horizonte,
hiância do dizer, remido, de
imersos e preclaros vazios:
a curva, no plano, morada
anfidestra.
  

Nenhum comentário: