segunda-feira, agosto 10, 2009

sonho incrédulo


em labirinto de fátima,
fado e traço, ménades
do pináculo lançadas,
soletram grunidos mis-
terio-
ossos
à margem de tudo: os
olhos da virgem ainda
senescentes à procura,
pombas e maresias,
tudo fogo e vermelho;
tudo pétala carmim.
velas sobreacesas,
centímetros a metros,
todo rosto julgado,
queimando meus assobios,
transmutação, sobre
a mula na entrada
do templo: sangue jor-
rado – pelo excesso –
o fora de lugar, essa
ausência maciça de
nada e pluma, plúmbeo
olhar de dor. as
crianças ainda, fora do
fora, rememoram,
despidas de seu véu,
desajeitadas de suas
mangas; às covas torno,
revolto a cegueira álacre,
póstera carta em que
as letras calham
noturnos de sóis
que a pele tosta.

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