sexta-feira, setembro 01, 2006

atualidade de um tema belicoso ou de morte


benjamin, sonhando com anjos,
esteve preso a um muro de es-
pinhos e mastins, violinos tocan-
do estocadas de soldados, generais,
que conduziam ao fim, por números
impressisos em braços tatuados.
benjamin, do lado esquerdo da estória,
sonhando agoramente - jetztzeit -
com possíveis cantos iemanticos
duma tristeza ou solidão - língua es-
cravista - ou de rosa - em que des-
troído, ruminando balas de metralhadora
ou cídio de si.

celan, distante do eu, pela arte. entre-
vê seu companheiro, de língua, talvez
íngua inócua, em todtnauberg - nau de
morte ou realidade de silêncio - dali
se cala ou desfaz o verbo em que o isso
se dá, insiste em não se escrever. falando
sombras, digo verdade; palavra cadáver
em que o abismo do sena se fará espectro
- corpo a corpo nas águas - wortnacht!
êxtase de meu córpedra, meine fenda,
tenda das palavras de rio, rio, rio. ir-ao-
fundo, ao ir fundo, cf. celan: meine
muttersprache ist die sprache der
mörder meiner mutter. sem mãe,
a mátria escurece-se no vidro de uma
schoá em que todo poeta deva ter
aura, reconstrução, ser árabe.

Nenhum comentário: