domingo, março 02, 2014

nênia para alain resnais





vão – o corredor, a sacada
e o pátio – como se
atget estivesse ali,
desde há muito, nesse
tempo outro.

voz e várzea, os espelhos
pintam os cabelos de
delphine, arcos
estáticos, o braço
sustém o corpo

enquanto um cão, que
apenas olha, estanca
a cena – braço es-
tirado em ângulo,
um olhar sem
mais.

brouillard, palavra-signo
do inomável, do
indito como de cor,
retornando enquanto
dizes: muriel, murió,
morto – passado em
que te lanças,
sempre.
    

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